sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Filme sobre Gonzagão começa a ser rodado


O piauiense Chambinho do Acordeon será Luiz Gonzaga
Ótima notícia! Na semana em comemoração ao aniversário de Luiz Gonzaga (nascido no dia 13 de dezembro), começarão a rodar o filme sobre sua vida e a de seu filho Gonzaguinha - o mais esperado de 2012 ;)

Vejam a notícia enviada pela assessoria do filme:

Começam as filmagens de "Gonzaga - de Pai para filho", novo filme de Breno Silveira
Primeira sequência será rodada em show no Marco Zero, no Recife

No próximo domingo, 11 de dezembro, a partir das 18h, o show em homenagem ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que ocorrerá no Marco Zero, no Recife, dará início às filmagens de “Gonzaga - de Pai para Filho”, novo longa de Breno Silveira, diretor que levou mais de 5 milhões de espectadores aos cinemas com “2 filhos de Francisco”.

“Dar início das filmagens no Recife é um sonho, ainda mais perto do aniversário do Luiz Gonzaga e no Marco Zero, um local histórico preservado. Gonzagão merecia uma biografia há muito tempo”, conta o diretor Breno Silveira, que teve a ideia inicial para o filme a partir de uma caixa de fitas cassete nas quais Gonzaguinha conversa com o pai.

O filme retrata a relação entre o sanfoneiro Luiz Gonzaga (1912-1989) e seu filho, o cantor e compositor Gonzaguinha (1945-1991). O papel do Gonzagão será dividido por três atores diferentes. O sanfoneiro Nivaldo Expedito de Carvalho, de 31 anos, mais conhecido como Chambinho do Acordeon, interpretará Gonzaga dos 30 aos 50 anos, período em que a carreira do músico deslanchou.

Nivaldo participará do show no Marco Zero onde será rodada a primeira seqüência do filme. O show com entrada franca terá apresentações dos músicos Nando Cordel, Jozildo Sá e Santana.

O filme marca a estreia de Chambinho no cinema, que irá contracenar com o gaúcho Julio Andrade (Cão sem dono), no papel de Gonzaguinha, e Nanda Costa, que interpreta a dançarina e cantora Odaléia Guedes dos Santos, mãe de Gonzaguinha.

A jornada de Luiz Gonzaga até se tornar o rei do Baião é mitológica. Ele gravou mais de 625 músicas, como o clássico “Asa Branca”. Já Gonzaguinha seguiu uma carreira totalmente independente do pai e também alcançou o sucesso nacional. É autor de alguns dos mais belos sambas de todos os tempos “O que é o que é?” (“E a Vida?”).

Após rodar esta sequência no Marco Zero, o diretor Breno Silveira retomará as filmagens em fevereiro, na cidade de Exu, onde Gonzagão nasceu, nos arredores da Serra do Araripe e no Rio de Janeiro.
Com distribuição da Downtown Filmes, produção da Conspiração Filmes, e coprodução da Globo filmes e D+Produções, o filme tem previsão de lançamento para o segundo semestre de 2012, quando será comemorado o centenário do nascimento de Luiz Gonzaga.

SINOPSE:
Um pai e um filho, dois artistas, dois sucessos. Um do sertão nordestino, o outro carioca do Morro de São Carlos; um de direita, o outro de esquerda. Encontros, desencontros e uma trilha sonora que emocionou o Brasil. Esta é a história de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha, e de um amor que venceu o medo e o preconceito e resistiu à distância e ao esquecimento.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Luiz Gonzaga será enredo na Sapucaí e tema de filme em 2012

O colunista Ancelmo Góes, do jornal O Globo, deu a notícia hoje (23/06) de que nosso amado Luiz Gonzaga será homenageado pela escola de samba Unidos da Tijuca no carnaval de 2012, no Rio de Janeiro. O enredo da escola ainda está sendo criado e deve ser divulgado nos próximos dias.

Lembrando que no dia 13 de dezembro de 2012 o Rei do Baião completaria 100 anos e, provavelmente, haverá várias homenagens a ele.

Outra referência mais que esperada a Gonzagão é o filme "Gonzagas", que será dirigido por Bruno Silveira, responsável pelo sucesso de "Dois Filhos de Francisco". Ele já fez toda a pesquisa e, até onde eu sei, estava à procura de atores parecidos com Luiz Gonzaga e seu filho, Gonzaguinha, para interpretá-los no cinema. Se tudo der certo, o filme sai em 2012 também.

Portanto, forrozeiros, preparem-se para ajudar a divulgar esses projetos e criar outros sobre nosso querido rei, que merece ser reverenciado pelo povo brasileiro de todas as gerações!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Espaço para bandas tocarem nas festas juninas

Estamos no fim de maio e já consigo sentir um cheirinho de canjica, pipoca, quentão e milho verde no ar. O período mais nordestino do ano está chegando e é nessa época também que os brasileiros costumam se lembrar de que o forró existe (isso quando lembram).

Justamente nesse período junino costumo receber vários e-mails e telefonemas de gente de todo o país pedindo contatos de bandas e trios para tocar nas festas. Este ano vou facilitar o trabalho de vocês, mas peço que facilitem o meu.

A partir de agora vou criar um banco de dados com grupos forrozeiros de todo o Brasil. Não vai ser fácil nem vai dar para falar de todos. Mas vou tentar. Na aba acima chamada "bandas" vou listar os contatos dos grupos de todo o país. Infelizmente não conseguirei fazer comentários sobre todos, logo, não farei de nenhum.

Será um serviço simples: nome do grupo e dos integrantes (especificando quem toca o quê), cidade, telefone, e-mail e site para contato.

Peço então que as bandas e os trios interessados em terem seus dados divulgados me mandem por e-mail (adricaitano@gmail.com) com o assunto "Banda - Por Amor ao Forró". Não precisa mandar música, foto ou release porque, como já disse, não vou conseguir, por enquanto, dar muito espaço a todos.

Espero conseguir ajudar os trios e as pessoas que precisam deles pelo menos um pouquinho... Os dados vão permanecer aí o ano inteiro e vou atualizando quando alguém me avisar, ok?
Divulguem. Beijos

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Documentário sobre Dominguinhos começa a ser rodado

A novidade mesmo da reportagem está no último parágrafo: o filme começou a ser gravado e deve ser lançado em 2012!


Dominguinhos ganhará documentário
Por Patrícia Colombo (site da revista Rolling Stone - 23/04)

Mestre da sanfona terá longa-metragem a seu respeito, elaborado por Mariana Aydar, Duani e Eduardo Nazarian; Dominguinhos, Volta e Meia será lançado em 2012

A cantora Mariana Aydar, o músico Duani e o compositor Eduardo Nazarian estão preparando um documentário sobre Dominguinhos, intitulado Dominguinhos, Volta e Meia.

Dirigido por Felipe Briso, o filme apresentará a trajetória deste que é um dos maiores nomes da música nacional, contando com entrevistas e encontros musicais com diversas pessoas que foram importantes na vida do artista. "Estamos fazendo o máximo para que seja um documentário à altura dele", disse Mariana, à Rolling Stone Brasil. "Queremos mostrar a universalidade do Dominguinhos, que apesar de ser esse cara regional, está em todo lugar. Uma pessoa que nunca abandonou a sanfona, nunca abandonou o forró, nem a devoção por Luiz Gonzaga."

De acordo com comunicado oficial, o primeiro da série de encontros aconteceu nesta semana, com João Donato. Dominguinhos e ele tocaram "Plantio do Amor" (Dominguinhos) e "Minha Saudade" (João Donato), que contaram com arranjos especiais. "'Plantio do Amor' aparece com arranjo que a aproxima da sonoridade dos anos 60, do Beco das Garrafas, que remete aos trios de sambajazz. Já em 'Minha Saudade', a sanfona de Dominguinhos confere um gosto inusitado ao que seria um tema de bossa nova", explicou Nazarian, por meio de texto enviado à imprensa. Hermeto Pascoal, Lenine, Gilberto Gil e Elba Ramalho também participarão do documentário.

A equipe começou a trabalhar no projeto há quatro anos, mas só agora conseguiu a verba necessária para a realização, por meio do Edital Nacional Natura Musical. A produção fica a cargo da bigBonsai e o filme deve ser lançado no primeiro semestre de 2012.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Chico César causa polêmica ao criticar “forró de plástico”*

por Fernanda Fahel


O músico Chico César causou grande polêmica ao fazer um comentário sobre os artistas de sucesso participantes do “Maior São João do Mundo”, em Campina Grande, na Paraíba. Atual secretário estadual de Cultura daquele estado, o artista afirmou que o governo não apoiaria a presença de “bandas de forró de plástico” no evento junino. Por meio do termo, Chico se referia a bandas como Aviões do Forró e Magníficos, que são sucesso de vendas e lotam os shows.

O músico sofreu diversas críticas pela declaração, inclusive do secretário de Desenvolvimento Econômico de Campina Grande, Gilson Lira, mas manteve sua opinião. Em nota oficial à imprensa, Chico César defendeu que o Governo precisa valorizar os artistas menos populares. "Não faz muito tempo vaiaram Sivuca em festa junina paga com dinheiro público aqui na Paraíba porque ele, já velhinho, tocava sanfona em vez de teclado e não tinha moças seminuas dançando em seu palco", escreveu o músico e secretário.

Por conta da polêmica, o artista foi parar dos Treding Topics brasileiro do Twitter. Leia a íntegra da nota de Chico César:

"Tem sido destorcida a minha declaração, como secretário de Cultura, de que o Estado não vai contratar nem pagar grupos musicais e artistas cujos estilos nada têm a ver com a herança da tradição musical nordestina, cujo ápice se dá no período junino. Não vai mesmo. Mas nunca nos passou pela cabeça proibir ou sugerir a proibição de quaisquer tendências. Quem quiser tê-los que os pague, apenas isso. O Estado encontra-se falto de recursos e já terá inegáveis dificuldades para pactuar inclusive com aqueles municípios que buscarem o resgate desta tradição.

São muitas as distorções, admitamos. Não faz muito tempo vaiaram Sivuca em festa junina paga com dinheiro público aqui na Paraíba porque ele, já velhinho, tocava sanfona em vez de teclado e não tinha moças seminuas dançando em seu palco. Vaias também recebeu Geraldo Azevedo porque ele cantava Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro em festa junina financiada pelo governo aqui na Paraíba, enquanto o público, esperando a dupla sertaneja, gritava 'Zezé cadê você? Eu vim aqui só pra te ver'.

Intolerância é excluir da programação do rádio paraibano (concessão pública) durante o ano inteiro, artistas como Parrá, Baixinho do Pandeiro, Cátia de França, Zabé da Loca, Escurinho, Beto Brito, Dejinha de Monteiro, Livardo Alves, Pinto do Acordeon, Mestre Fuba, Vital Farias, Biliu de Campina, Fuba de Taperoá, Sandra Belê e excluí-los de novo na hora em que se deve celebrar a música regional e a cultura popular."

(notícia retirada do site Bahia Notícias)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mudando por aqui também*...

Como vocês devem ter percebido, o nome do blog mudou. Eu tinha planos de usar esse nome só num site que estava criando, mas, como não deu certo ainda, resolvi colocá-lo aqui mesmo. Um dos motivos é que descobri – muito tarde, inclusive – que eu estava escrevendo o termo “pé-de-serra” errado. Desde a reforma ortográfica da Língua Portuguesa, que passou a valer no Brasil em 2009, o hífen foi abolido dos “compostos que apresentam elementos de ligação”, como é o caso também de pé de moleque.

Que vergonha, eu sei. Sempre fico mega preocupada com o que escrevo e deixei passar essa... Mas, de certa forma, estou perdoada porque a obrigatoriedade da reforma mesmo mesmo só será a partir de 2012. Teoricamente, estamos ainda numa fase de testes. De qualquer forma, fica a dica: o nosso querido forró pé de serra não tem mais hífen!

Outro motivo que me fez mudar o nome do blog foi a percepção de que ele extrapolou os limites territoriais do Distrito Federal. Apesar de eu ter por tanto tempo priorizado o forró da capital, por ser de lá, tento sempre falar de assuntos que interessam a todos os forrozeiros. E todos os dias recebo mensagens de pessoas do país e do mundo inteiro pedindo ajuda, dando sugestões, fazendo elogios e críticas. Por que não abrir de vez essa fronteira, já que a paixão pelo forró é mundial? (Vou manter só a lista de casas de forró de lá porque ela ajuda muita gente).

Nem preciso justificar a escolha do nome, né? A expressão vem do nome da música do Pinto do Acordeon, grande hino do forró. A ideia original de utilizá-la no filme é do Galton, que o fez comigo, na época em que estávamos gravando. Quem sugeriu o mesmo nome pro blog ou pro site foi o Madruga, ano passado.

Por enquanto, o endereço do blog vai continuar sendo o mesmo. É que ainda não descobri um jeito de direcionar uma página pra outra. Não quero correr o risco de deixar alguém perdido por aí procurando um blog que mudou de endereço.

Sobre os posts, ainda não posso garantir que vou sempre atualizar com novidades. Ultimamente tenho parado para escrever só quando há notícias tristes e sérias (por conta disso evitei criar um post novo só pra dar a notícia de que a Chiquinha Gonzaga, irmã do Rei do Baião, também foi tocar forró no andar de cima há pouco tempo). E também não tenho tido tanto assunto porque me afastei dos forrós (não do movimento).

Mas agora pretendo dar uma utilidade maior ao blog. Prometo pelo menos tentar fazer uma atualização por semana. Podem me cobrar se eu não cumprir!

Se alguém quiser me ajudar, mandando sugestões, estamos aí. Infelizmente não posso fazer posts sobre todos os trios e bandas do país, mas juro que vou tentar criar um espaço para isso em breve. Espero que se acostumem com a pequena mudança. Afinal, lá se vão três anos de "forró pé-de-serra df" e é mesmo difícil a gente se acostumar com o novo...

Um grande abraço a todos e obrigada pelo carinho :)

*O "também" é porque fiz mudanças no meu blog pessoal esses dias...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Despedida de um forrozeiro querido: Álvaro Louzada

Álvaro Louzada - *22/05 - T 01/04/2011
















Eu o vi pela primeira vez no Festival de Itaúnas de 2007. Lá no Arena, ele estava de blusa colorida, bem bonito, assistindo ao show sozinho. Não tive coragem de falar com ele. No Réveillon de 2007/2008 fui para Caraíva e lá fui apresentada a dois baianos muito simpáticos. Ele era um deles, o mais divertido. Dançava xote de nariz colado com todo mundo, dava medo. Mas, por mais colado que estivesse, a dança era extremamente respeitosa.

Naquela viagem, fiz um grande amigo. Engraçadíssmo, ele não parava de cantar ou recitar letras de músicas - quanto mais antigas melhor. Qualquer palavra que alguém dissesse lhe fazia lembrar-se de uma canção. Foi ele que me ensinou que os índios de Caraíva adoravam canetas e que trocavam qualquer coisa por elas. Ganhei brincos e colares lindos nessa brincadeira. Foi ele também que me ensinou a dar passos mais leves quando dançava. Ele era imbatível, o melhor.

Finda a viagem, ele voltou para Salvador e eu para Brasília. Nos encontramos em alguns festivais e em uns papos rápidos no MSN. Um tempo depois ele disse que se mudaria para São Paulo, lugar onde eu também sonhava morar. E em 2010 – vejam como são as coisas – era eu que me mudava pra terra da garoa. E a vida nos aproximou de novo. Nesse último ano de convivência mais intensa, ele passou a me chamar de Caitano e eu o chamava de Louzada.

E essa amizade de sobrenomes passou pelo forró, por almoços muito divertidos no SESC, por passos forrozeiros arriscados num samba, por uma viagem a trabalho para o Rootstock – quando eu o vi nervoso de verdade pela primeira vez, e até assim ele era engraçado. Por causa de seu hábito de ficar arrastando os pés para um lado e para o outro, como se dançasse mesmo sem música, eu e a Cabeluda cantávamos pra ele “pezinho pra frente, pezinho pra trás”, como uns personagens da TV faziam. E como não se lembrar dele falando “uuuu sabor da Bahia!”?

No último carnaval, fui trabalhar na cobertura da folia soteropolitana. Lá, em sua terra, eu o vi pela última vez. Eu estava sozinha até então, mas o encontrei trabalhando, por acaso, no mesmo camarote. Em uma noite, depois de trabalhar muito, ele me acompanhou, a pé, até um camarote que era bem longe. Juntos, fomos rindo das fantasias dos outros, das músicas, seguindo discretamente o trio do Timbalada. Ele me protegeu, me puxou para não correr riscos, cuidou de mim, como um verdadeiro amigo.

Chegando lá, ele entrou sem convite, usando uma credencial de imprensa que nem era dele. Rimos e dançamos juntos por alguns minutos quando o Harmonia do Samba passou tocando uma música antiga do É o Tchan. Tive que ir embora, ele ficou mais um pouco até dar o horário do ônibus passar. E assim nos despedimos e não nos vimos mais. Na noite da última terça-feira, ele me mandou um e-mail pedindo ajuda para um trabalho. De madrugada, enquanto eu respondia o e-mail cheio de gracinhas, ele sofria um grave acidente de moto.

Eu não consegui me despedir de verdade. Não deu tempo de ir ao hospital. Na noite passada, por volta de 1h da manhã, antes de dormir, eu rezei por ele e me esforcei para imaginar a cena em que eu o visitaria com flores nas mãos e ele, rindo, careca por causa da cirurgia, dizia que já estava tudo bem. Mas meu coração não acreditava no que eu queria acreditar. E fui dormir preocupada.

Meu amigo querido, inesquecível, divertido, foi embora na madrugada desta sexta-feira, dia 1 de abril, exatamente por volta de 1h da manhã. Depois de lutar pela vida, ele resolveu ir dançar forró ao som de Luiz Gonzaga, Mestre Zinho, Marinês... Foi levar sorrisos e alegria para o andar de cima. E com a gente ele deixou saudades sim, mas muito mais alegria, que era o que ele tinha de sobra.

Siga em paz, amigo. Seja feliz e fique tranquilo por saber que você deixou um rastro de luz entre nós. Todos somos mais felizes por termos convivido pelo menos um pouquinho com você. Até breve.

terça-feira, 1 de março de 2011

Trios de forró vão desfilar no carnaval de São Paulo

Músicos de forró pé-de-serra da cidade vão representar os discípulos de Luiz Gonzaga no desfile da Acadêmicos do Tucuruvi em homenagem aos nordestinos

A cidade de São Paulo não é a capital do país, mas tem entre seus habitantes características de todos os estados brasileiros. O Nordeste talvez seja a região com mais representantes na capital paulistana. Estima-se que nela vivam cerca de 2 milhões de nordestinos. Um povo alegre, cheio de garra, com talento indiscutível para a música e a culinária. E é por isso que, no carnaval de 2011, a Acadêmicos do Tucuruvi vai homenagear esse povo, com o enredo: Oxente, o que seria da gente sem essa gente? São Paulo: a capital do Nordeste!

Os carros alegóricos destacam preciosidades que o Nordeste exportou para São Paulo, como a comida típica e mundialmente reverenciada, as roupas e os costumes. Mas entre todas talvez a mais importante, além da alegria dos nordestinos, tenha sido a música. O forró pé-de-serra, imortalizado pelo grande Luiz Gonzaga, terá papel essencial no desfile da Tucuruvi.

O Rei do Baião, tido como mestre e mito pelo povo nordestino, estará no alto de um dos carros, sorridente, com uma sanfona na mão. E, para representá-lo muito bem, os músicos de cinco grupos de forró pé-de-serra autêntico de São Paulo serão destaques em alguns carros. Formados por jovens paulistas e nordestinos, os grupos Trio Bastião, Três Tinguá, Ó do Forró, Meketréfe e Dona Zaíra estarão munidos de triângulo, sanfona e zabumba no desfile, misturando o samba ao ritmo nordestino e mostrando o valor que a música brasileira tem.

Entre os músicos que estarão nos destaques da escola, o vocalista do Trio Bastião, Chandeler Biason, 36 anos, é um dos mais animados. Nascido em Santo André (SP), o cantor está contando as horas para o momento que, segundo ele, será um marco na música brasileira e em sua vida. “Vai ser muito gratificante ver na avenida o que Luiz Gonzaga criou sendo levado com tanta alegria e determinação pela Acadêmicos do Tucuruvi e por todos os músicos presentes no desfile”, comenta.

O trianglista do grupo Dona Zaíra, Diego Araújo, 25 anos, nasceu em Campinas, mas há 11 anos é amante do legítimo forró e o pesquisa a fundo. Em seus shows, o Dona Zaíra costuma misturar o ritmo nordestino ao samba e agora vai representar a mistura na avenida. “É uma sensação muito diferente, é uma grande responsabilidade representar uma massa de forrozeiros que amam esse ritmo. Com tantos mitos do forró ainda vivos, nós estamos entre os escolhidos e vamos fazer bonito”, afirma o jovem músico.

A Acadêmicos do Tucuruvi será a terceira escola do grupo especial de São Paulo a desfilar no Anhembi, na sexta-feira, dia 4 de março. Conheça o enredo de 2011:

Enredo: Oxente, o que seria da gente sem essa gente? São Paulo: a capital do Nordeste!
Compositores: Vaguinho, Edu Leão, Doutor, Rigolon e André União.
Intérprete: Fredy Vianna

Sou cabra da peste, vim lá do Nordeste
São Paulo é minha capital
levando alegria, eu vou por aí
eu sou valente, sou Tucuruvi

Vou embarcar nessa aventura
em busca de um lugar ao sol
trago no peito desafio e esperança
na bagagem a lembrança,
sonho ou realidade.
Vou construindo ilusão,
erguendo os pilares da cidade,
deixando marcas da minha tradição:

Ao som do tambor, a fé em louvor, religião
“oxente” festeira, acende a fogueira, é São João

Vem, vem provar
o sabor que vem de lá
esse gosto, esse tempero
é de fato brasileiro.
Da sanfona um acorde tocou forte o coração
olha o povo dançando pra lá,
arrastando a sandália pra cá,
o forró ta danado de bom
um sorriso é a moldura do meu traço cultural
quando a gente se encontra, a mistura é natural.
Carrego na alma a bravura
e o orgulho de ser quem eu sou
vai meu samba, vai! Reconheça o meu valor!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Morre Almira Castilho, ex-mulher de Jackson do Pandeiro

Morreu aos 87 anos na madrugada deste sábado, dia 26, a cantora Almira Castilho, ex-mulher de Jackson do Pandeiro, rumbeira e radioatriz na época de ouro da rádio. Almira sofria do mal de Alzheimer há dois anos e faleceu enquanto dormia, em Recife.

Além de ter sido casada com Jackson durante 12 anos (entre 1955 e1967), ela foi co-autora de pelo menos 30 músicas do artista. Almira também era parceira de palco do ex-marido, com quem emplacou sucessos nas décadas de 50 e 60 como "A mulher de Aníbal" e "Forró em Limoeiro". Almira Castilho nasceu em 1924, em Olinda, foi professora, cantora, compositora e atriz. Brilhou na Rádio Jornal do Commercio, na época das radionovelas e participou de oito filmes.

O cantor Silvério Pessoa lamentou a morte da amiga, que classificou como uma pessoa muito criativa e dedicada à música. "Ela estava sempre compondo alguma coisa. Era muito alegre e gostava muito de cantar. A gente acaba de perder o último laço vivo com a história de Jackson do Pandeiro.

O enterro da cantora foi no domingo, em Recife.

(com informações do Jornal do Commercio e O Globo)

/
Assista abaixo ao trecho de um filme em que Almira aparece ao lado de Jackson e, em seguida, o Rei do Ritmo canta "Chiclete com Banana", seu maior sucesso, de autoria de Almira Castilho e Gordurinha:



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Dominguinhos faz 70 anos e é homenageado na TV

No próximo sábado, dia 12 de fevereiro, o maior mestre vivo do forró completará 70 anos em grande estilo. José Domingos de Morais, nosso querido Dominguinhos, ainda se recupera de um enfarto que o deixou 13 dias na UTI e o obrigou a passar por um cateterismo e uma angioplastia, dois procedimentos cardíacos bem arriscados. Em casa, descansando, ele receberá homenagens dos amigos no próximo sábado, às 21h, em um programa especial da Globo News sobre sua carreira.

Em quase 70 anos de carreira (ele começou a tocar sanfona aos seis anos), impossível não colecionar milhares de histórias emocionantes de um mestre. Imagino que todos tenham alguma. Eu o encontrei pessoalmente três vezes e o entrevistei outras duas pelo telefone e ele sempre foi muito simpático. Não chego a ter histórias particulares com o mestre, mas lembro-me de coisas muito interessantes que ele disse por aí.

Como no DVD gravado em 2008, quando ela dá a dica: “Forró pode ter tudo, contrabaixo, guitarra, bateria, mas, se não tiver triângulo, zabumba e pandeiro, não é forró. Senhores diretores de banda, botem uma zabumbinha que fica rendondinho". Ou na entrevista ao Jô Soares, em agosto de 2009, em que ele chamou a arte de tocar forró na sanfona "uma safadeza só", no bom sentido. E lembrou a última vez que viajou de avião, ao lado do velho Lua (há mais de 20 anos Dominguinhos só viaja de carro), quando Gonzagão disse: “Dominguinhos, esse é o melhor meio de transporte do mundo. Nele viajam José Sarney, Ulysses Guimarães e outros desses, se ele não cai com essas pestes, vai cair com a gente?”.

Luiz Gonzaga, aliás, foi quem descobriu o menino Dominguinhos, aos oito anos, tocando uma sanfoninha de oito baixos em frente a um hotel, em Pernambuco. Alguns anos mais tarde foi para o Rio de Janeiro, onde recebeu do padrinho Lua uma sanfona grande de verdade. De lá para cá o garoto que era chamado de Neném pelos familiares e amigos só brilhou. Já ganhou o Grammy Latino, o prêmio Tim de Música Brasileira - foi homenageado pelo mesmo evento dois anos depois -, e o Prêmio Shell de Música. Tem 42 discos gravados e uma infinidade de músicas compostas.

Leia aqui tudo o que já publiquei no blog sobre o Dominguinhos.

Assistam ao programa, se possível. Valorizem nosso mestre que já está cansadinho, mas continua esbanjando alegria e muito forró pra todos nós.

E parabéns, seu Domingos!!!

Brincadeirinha:
Que tal comentar aqui qual é (são) sua (s) música (s) preferida (s) dentre as que o Dominguinhos ajudou a compor?

As minhas são:

Querubim, feita em parceria com o Clodo Ferreira:


Ela é um argumento
É um sentimento tão singelo, tão bom
Ela é um instrumento
É meu pensamento devagar sem pensar
Ela ilumina a praça
Quando ela passa fico assim
Querubim satisfeito sem explicação



e Desilusão, dele mesmo



Já faz 3 dias que eu não não durmo
Pensando no meu grande amor
Saiu sozinho e sem falar nada
Era madrugada não despertou
Não disse porque ia embora
E nem tambem o que eu fiz
Saiu calado pela noite a fora
E meu peito agora não é mais feliz


Levou toda minha alegria
Felicidade foi tambem
E depois dessa não vou mais amar
E nem aceitar o amor de mais ninguém
Agora é que eu vim saber
Como é ruin a gente amar
Mas quem não ama a gente tambem a gente querer bem pra depois separar



terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Um ano sem Mestre Zinho: Forró por toda a vida

Interrompo meu jejum de posts sobre forró, meu jejum do próprio forró para lembrar aqui uma data muito triste. Ontem, dia 31 de janeiro, completou um ano que perdemos nosso querido Mestre Zinho, aquele do sorriso sem fim, da força de vontade, do forró por toda a vida.

Zinho foi um guia para muitos dos músicos que hoje dão os primeiros passos na carreira. Muita gente se inspirou a viver o forró por causa dele. Para o mestre, não havia motivo para tristeza. A plateia poderia estar sofrendo com a cena. Mas ele, mesmo doente, com a mão machucada, o rosto paralisado, o peito dolorido, cansado, lá estava, cantando, tocando triângulo, vibrando, se emocionando e emocionando a todos os que o observavam.

Mestre Zinho foi único, mesmo que não reconhecido por muitos. A fama se restringiu ao movimento forrozeiro e aos nordestinos. Não era aclamado por multidões, não ganhou rios de dinheiro, não foi eternizado com uma estátua. Mas foi único, especial, incomparável. O nosso mestre. Que, onde quer que ele esteja, possa sentir-se abraçado por todos nós, forrozeiros, que tanto o amamos. Como ele dizia, "forró é minha vida, vida minha e por toda a vida vai ser desse jeito". E além dela também...

Reveja o filme Por Amor ao Forró, em que ele aparece sorridente e cheio de energia:
http://forropedeserradf.blogspot.com/2010/10/por-amor-ao-forro-esta-no-ar.html

Lembre os posts do ano passado sobre o Zinho:
Entrevista com ele feita em Itaúnas:
http://forropedeserradf.blogspot.com/2010/01/mais-sobre-nosso-mestre-zinho.html

A notícia de quando ele foi tocar forró no céu:
http://forropedeserradf.blogspot.com/2010/01/hoje-tem-forro-no-ceu-mestre-zinho.html

Zinho, exemplo de superação:
http://forropedeserradf.blogspot.com/2009/07/mestre-zinho-o-maior-exemplo-de.html