terça-feira, 27 de maio de 2014

Forró na mídia: Globo, documentário de Dominguinhos e reportagem sobre seus discípulos

Dei as caras por aqui de novo pra atualizar informações que estavam caducando e pra deixar novas contribuições sobre coisas bacanas que andam acontecendo no mundo do forró e seu alcance pra fora dos grupos de forrozeiros. Eu ando afastada dos festivais e das festas, mas não posso deixar de registrar que:

1 - Forró chegou à Globo:
As bandas Bicho de Pé e Luan e Forró Estilizado (o vocalista é filho do compositor Amazan) estão na reta final do programa Superstar, da TV Globo, e merecem todo o apoio (e os votos) dos forrozeiros. Deixando preconceitos e intolerância sobre os arranjos "modernos" de lado, minha gente, eles têm representado muito bem o forró, tocando sempre clássicos e fazendo muito bonito no meio da galera do rock e do pagode. Vale a pena assistir - o programa vai ao ar aos domingos à noite, depois do Fantástico - e votar nos dois grupos (ou em um que você goste mais, mas tem que baixar o aplicativo).

Tanto forrozeiro reclama da ausência do forró na mídia, então é hora de unir forças e fazer com que a Globo e tantos outros veículos de comunicação percebam que o forró tá aí, vivinho da Silva. Quem acompanhou o sucesso da Lucy Alves, vocalista do Clã Brasil, no The Voice Brasil do ano passado? Ela tocou sanfona, cantou Gonzagão e Dominguinhos e honrou e muito o forró pé de serra, ficando em segundo lugar no programa. Temos que nos unir pra ajudar a divulgar cada vez mais e mais...

2 - Tem documentário novo sobre Dominguinhos:
Nosso querido e saudoso Mestre Dominguinhos foi tocar forró no céu ano passado, mas podemos rever aquele sorriso doce e meigo na telona. Está em cartaz em alguns cinemas do país o filme "Dominguinhos Mais", dirigido por Joaquim Castro, Eduardo Nazarian e Mariana Aydar (forrozeira, cantora de MPB e mulher do Duani). O documentário, que parece ser lindo (ainda não consegui ver), não está sendo muito divulgado porque não é distribuído pela Globo Filmes (responsável pela publicidade em massa de 99% dos filmes brasileiros). Mas ele tem sido exibido em diversos festivais de cinema por aí e muito elogiado. Lá no perfil do filme no Youtube, dá pra ver também a websérie que fizeram em que o seu Domingos toca com outros grandes nomes da música brasileira... Abaixo, o trailer pra dar mais vontade de ver!



3 - Discípulos de Dominguinhos:
A propósito do tema Dominguinhos, eu comi mosca ao não ter divulgado por aqui uma reportagem que fiz em setembro do ano passado sobre quem poderiam ser os principais discípulos do nosso mestre em matéria de sanfona.

A reportagem foi publicada na versão impressa do jornal Correio Braziliense, mas dá pra ver no site ainda:
Sanfoneiros mantêm legado de Dominguinhos e Gonzagão no forró pé de serra. Depois de fazer uma pesquisa com produtores e entendidos, cheguei aos nomes do Mestrinho e do Cezzinha do Acordeom, que são de fato dois dos melhores sanfoneiros da nova geração. Claro que há outros tão incríveis quanto, como o Rafael Meninão, que hoje roda o mundo com o musical Gonzagão (eu assisti, é lindo!), e o Clayton Gama, que hoje toca com a banda Bicho de Pé. Mas só deu pra destacar os mais lembrados. Olha aí um trecho da reportagem:

Versão impressa da reportagem, publicada em 5/09/2013, no Correio Braziliense

 "Pouco mais de um mês depois de o Brasil se despedir de Dominguinhos, que deu seu último suspiro no dia 23 de julho, a saudade ainda aperta o coração de fãs e amigos. Mas, enquanto a herança financeira do cantor é disputada pela família, não há briga pelo legado musical do sanfoneiro.

Ao contrário do que fez Luiz Gonzaga, que elegeu o menino Domingos seu substituto ainda em vida, o mestre recém-falecido não apontou um nome único. Ao ouvir pesquisadores e produtores de forró pé de serra, porém, o Correio chegou a dois jovens indicados como maiores candidatos a sucessores do mestre: Cezzinha e Mestrinho. 

Além do mesmo talento com a sanfona e a voz, ambos têm em comum a peculiar humildade ensinada por Dominguinhos. “Ele deixou a obrigação de todos nós carregarmos juntos a bandeira do forró, porque música não tem trono”, comenta o modesto Cezzinha. “Herdeiro tem um monte, mas ele era único, ninguém o substitui”, completa Mestrinho." (Leia a íntegra aqui)